Mercado de Previdência – Aposentadoria da mulher

DATA: 28/02/18 Últimas Notícias

O envelhecimento da população brasileira já é um fato. Segundo dados do IBGE, a representatividade do grupo de 0 a 4 anos no total da população caiu de 4,9% (meninos) e 4,7% (meninas) em 2000 para 3,7% e 3,6% em 2010. Simultaneamente, a participação da faixa com mais de 65 anos avançou de 5,9% em 2000 para 7,4% em 2010. O número de mulheres também cresceu, são quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens em dez anos.

Na contemporaneidade nacional há um quadro curioso sobre as mulheres: a primeira geração feminina (na faixa de 50 anos) que considerou o trabalho como algo central em suas vidas começa a se aposentar.

Para a doutora em serviço social e professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Maria Luiza Campos da Silva Valente, as mulheres que formam esse grupo encaram a aposentadoria com algumas dificuldades semelhantes às dos homens, pois atribuíram ao trabalho grande valor ao longo da vida. Mas, segundo Maria Luiza, os desejos em relação à família são diferentes.

“O perfil da mulher aposentada é bastante variado, mas o empoderamento feminino é um fato, assim como o aspecto de ela viver mais do que o homem. Além disso, nos aposentamos jovens e com gás para querer um retorno da vida que foi dedicada ao trabalho”, comenta Maria Luiza.

Se para boa parte das mulheres a vida foi marcada pela necessidade de equilibrar os papéis de mãe, dona de casa e profissional, no momento da aposentadoria não é diferente. Especialistas afirmam que a mulher aposentada de hoje busca equilibrar seus desejos com os da família, mas o foco passa a ser o seu desejo pessoal.

“Muitos problemas familiares foram observados com vista grossa, pois o foco era o trabalho. Na condição de aposentada essas questões podem vir à tona. As mulheres também têm receio de serem vistas como um coringa da família, ou seja, por não trabalharem mais elas teriam que, necessariamente, ajudar a tomar conta dos netos e de familiares doentes. Não é que a mulher negue seus laços e preocupações familiares, mas ela também deseja curtir a vida, ter tempo para ela e até para fazer nada”, ilustra Maria Luiza.

Autora de dezenas de livros sobre o estudo de gêneros como “Corpo, envelhecimento e felicidade”, a antropóloga Mirian Goldenberg afirma que não há um perfil da mulher brasileira recém-aposentada ou na eminência de se aposentar. Mas garante que essa fase da vida é diferente se comparada à dos homens.

“Elas desejam liberdade e realização. O dinheiro mínimo para suprir os anseios foi conquistado, os filhos estão criados, as obrigações familiares minimizadas. A mulher quer dançar, estudar, viajar, fazer programas culturais e ter boa saúde. O homem quando se aposenta descobre a família. Apesar de não negar ajuda e afeto pelos familiares, ela quer ter como prioridade sua vida e não quer reproduzir a rotina que teve na época de trabalho”, diz Mirian.

Para a antropóloga, há duas características peculiares do universo feminino, a preocupação com a saúde e a preocupação em poupar. Segundo a estudiosa, elas investem mais em cuidados com o bem-estar e cuidados com a aparência e querem ter uma renda para aproveitarem a vida após os anos dedicados prioritariamente ao trabalho.

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