Como o novo aumento da Taxa Selic influencia no seu bolso?
DATA: 22/06/21 Últimas NotíciasEspecialistas do mercado financeiro recalcularam as contas para os juros
e a inflação esperados para 2021. Uma das principais mudanças está na elevação
da taxa básica de juros (Selic) para 4,25% ao ano e a expectativa é que
suba ainda mais esse ano.
O que é a Taxa Selic?
É a taxa básica de juros da economia brasileira. Esse importante medidor influencia todas as demais taxas de juros do Brasil, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Na prática, uma Selic alta indica um objetivo de desacelerar a economia, impedindo a inflação de aumentar. Quando baixa, estimula o consumo e aquece a economia, elevando a inflação.
As mudanças na Selic equilibram o cenário econômico e garantem que o dinheiro continue circulando. Se a taxa precisa ser alterada é um sinal de que houve alguma mudança na economia.
Por que a taxa Selic está subindo?
Devido a uma inflação controlada e um crescimento econômico baixo e até negativo, o Banco Central manteve a taxa Selic em níveis historicamente baixos a fim de estimular a economia. Com sinais de recuperação da economia e uma inflação acima da meta, o Banco Central começa a subir a taxa de juros.
À primeira vista uma taxa de juros sempre baixa pode parecer uma boa ideia, o estímulo pode parecer muito benéfico. Mas aqui é válido a sabedoria popular: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.
Quem determina o valor dessa taxa?
O órgão que decide o valor da Selic é o Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central. Seus membros se reúnem a cada 45 dias para definir se a taxa diminui, aumenta ou permanece estável. Essa decisão é tomada tendo em vista os objetivos do Banco Central, que se relacionam com o funcionamento do sistema financeiro e econômico. Bons exemplos disso na prática são controlar a inflação e fomentar o pleno emprego.
Qual a taxa Selic de hoje?
A taxa Selic, definida no dia 16 de junho de 2021, está em 4,25% ao ano.
Confira a seguir o histórico da Taxa Selic mensal dos últimos 5 anos:
2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | |
Janeiro | 0,15% | 0,38% | 0,54% | 0,58% | 1,09% |
Fevereiro | 0,13% | 0,29% | 0,49% | 0,47% | 0,87% |
Março | 0,20% | 0,34% | 0,47% | 0,53% | 1,05% |
Abril | 0,21% | 0,28% | 0,52% | 0,52% | 0,79% |
Maio | 0,27% | 0,24% | 0,54% | 0,52% | 0,93% |
Junho | – | 0,21% | 0,47% | 0,52% | 0,81% |
Julho | – | 0,19% | 0,57% | 0,54% | 0,80% |
Agosto | – | 0,16% | 0,50% | 0,57% | 0,80% |
Setembro | – | 0,16% | 0,46% | 0,47% | 0,64% |
Outubro | – | 0,16% | 0,48% | 0,54% | 0,64% |
Novembro | – | 0,15% | 0,38% | 0,49% | 0,57% |
Dezembro | – | 0,16% | 0,37% | 0,49% | 0,54% |
Fonte: Receita Federal
Mas como a alta da taxa Selic pode interferir no meu bolso?
No dia a dia, você vai notar preços mais controlados, uma vez que ao aumentar a taxa, a inflação tende a diminuir. Isso pode gerar queda ou ao menos uma estabilidade nos valores dos produtos e serviços, principalmente aqueles que não são tão afetados pelo dólar.
Outras implicações são os juros de crédito mais altos e a mudança na rentabilidade dos investimentos. O aumento na Selic eleva a rentabilidade dos investimentos em Renda Fixa atrelados ao CDI, como a maioria dos CDBs, LCI e LCA pós-fixados. O mesmo acontece para alguns dos investimentos feitos no Tesouro Direto, a exemplo do Tesouro Selic, como o nome mesmo indica.
Por outro lado, o cenário não está nada bom para quem deixa o dinheiro na poupança. Apesar da rentabilidade ter aumentado para 0,25% ao mês e 2,98% ao ano, o rendimento ainda fica abaixo da inflação, que hoje está em 8,06% nos últimos 12 meses. Com a inflação nestes patamares, os investidores que aplicam nesta modalidade estão perdendo dinheiro.